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sábado, 24 de outubro de 2009

Aventuras com FSCK

Back-ups sempre vão bem... essa semana acabei perdendo 2 HDs. Um no PC, consegui retirar todos os dados e transferir para um servidor remoto. O outro, meu Ubuntu, Tambaqui de guerra.

Cheguei de manhã ao trabalho e vi que computador estava desligado. Como o Tambaqui é um pequeno servidor também, eu já o deixo ligado. Liguei o peixe e o boot ocorreu normalmente (eu sempre digo que só dá problema o que antes estava funcionando perfeitamente :-), senão ninguém viria com aquela desculpa-esfarrapada-padrão-de-quem-não-tem-backup: ontem estava bonzinho!).Olhando os arquivos depois do boot, vi que haviam vários arquivos com nomes estranhos com ??? e !!!!... sinal de problemas no sistema de arquivos, mas o fsck jurava que estava tudo bem :-)

Rodei então o init 1 para inicializar em usuário único. E lá rodei o fsck no menu do Ubuntu... que detectou vários problemas. Terminada a análise, fiz o boot e para minha surpresa o disco estava vazio !

Como já havia perdido um HD no dia anterior, disse: de novo! :-( Vi que a raiz tinha ido pro saco. Eu precisava apenas de dois diretórios com meus dados, prática que sigo já há alguns anos. Bom, dei uma olhada rápida no disco e constatei que estava mesmo vazio. Eu só consegui dar o boot com o CD do Ubuntu, mas não tive problemas em montar a tal partição. Começei a me preparar para reinstalar o Ubuntu quando vi que a partição não estava vazia.

Eu nunca acreditei muito no lost+found. Toda vez que tive problemas no Linux, encontrei apenas pedaços dos meus arquivos dentro do lost+found. Mas desta vez a coisa estava diferente. Entre estes pedaços estavam diretórios com nomes como #xxxxxx, milhares deles. Logo descobri aonde meus arquivos haviam ido parar.

Iniciei então o seguinte procedimento para procurar meus arquivos:
ls -laR lost+found > bigls.txt

O fsck havia recortado meus diretórios e deixado tudo em um só nível! A opção de gerar o arquivo bigls.txt era de justamente poder procurar com calma tudo que eu poderia salvar. O arquivo final tinha mais de 40MB ! Mas isso não é nada para o less. Utilizando a / para pesquisar, pude navegar no pequeno ls monstro que havia criado e logo detectar o que precisava ser salvo.

Depois, ficou fácil de mover os diretórios mais importantes para um disco de rede. O nome do arquivo eu pegava no bigls.txt, aberto em outra janela com o less. Simples e prático. Ainda estou recuperando as instalações que havia feito na máquina, pois não consegui quase nada do meu /etc (tomcat com ldap é chato).

Nessa nova instalação vou deixar um rsync rodando para o disco de rede... pelo menos dos dados e do /etc :-)

Quanto ao outro disco, rodando Windows XP... no meu velho notebook (2HDs perdidos em 2 meses e contando !)... também consegui montar o disco que nem boot mais tinha usando também o CD do Ubuntu. Ficou tudo muito simples porque o Ubuntu já identifica o disco Windows e é ultra fácil montá-lo, bastando clicar no volume correspondente no menu. Eu gosto muito de usar a linha de comando, mas confesso que gostei desta vez de utilizar as ferramentas gráficas no Ubuntu. Abri dois navegadores, um com a partição Windows e outro com um disco remoto usando Samba. A cópia foi tranqüila, bastando arrastar e soltar! Quem diria um dia fazer isso no Linux :-)

Um programa que ajuda a ver os problemas de boot no Windows é o testdisk. Ele detecta as partições e ajuda a reconstruir o setor de boot entre outras coisas. Pena que ele não está disponível pelo apt-get do Ubuntu 9.04. Mas no link acima tem uma opção para download. Basta baixar e desempacotar a versão binária. Um executável pronto (linkado estaticamente) já está pronto para ser utilizado.

Outro programa para o cinto de utilidades é o SmartMonTools. Ele acessa as informações do S.M.A.R.T. do seu HD e ajuda a decidir o que aconteceu. Claro que é melhor usar essa ferramenta antes de ter problemas, mas meu Windows XP resolveu morrer sem último suspiro. Cheguei de manhã e ele já estava morto, mas sem perda de dados. Nunca se sabe se é um problema de vírus ou simplesmente um defeito no HD que você não havia percebido. Esses utilitários ajudam a executar os testes mesmo post mortem. Claro, dependendo do estado do seu HD, porque se ele nem liga ou nem mesmo é detectado... esqueça.

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