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sábado, 21 de julho de 2012

Certificados e diplomas em informática

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Esta foi a resposta que dei num post na lista Python-Brasil sobre a importância de certificados.

Há alguns anos eu contratei mais de 100 profissionais de informática... desenvovedores C++, Java, testadores etc. Durante este período, eu aprendi a não confiar em diploma algum.

Eu contratei gente vinda de faculdade particular muito melhor que de faculdades federais ou estaduais, embora esta não fosse a regra, mas a exceção. Se a pessoa que contrata é a mesma que vai trabalhar com você, por exemplo seu futuro chefe, ele procura alguém que resolva os problemas dele, diploma e certificado ele deixa para o RH ver :-D. Eu conheci muita gente boa que nem faculdade tinha, mas são casos raros e não a regra. Para algumas posições de TI, faculdade é luxo... para outras é absolutamente necessário. Eu sei que para administração de redes, certificação é fundamental.

A questão de diploma/certificados aparece quando você tenta trabalhar numa empresa maior onde:

a) Alguém do RH ou empresa externa vai fazer a pré-seleção para o pessoal de TI. Neste caso, a primeira seleção é quase mecânica com um check list do CV: tem faculdade? É de informática ou engenharia? trabalha há quantos anos... etc. Normalmente o RH não arrisca passar um CV para entrevista se nem tiver encontrado alguns pré-requisitos. Algumas empresas tem mesmo cotas de qualidade e escolarização, onde uma determinada porcentagem tem que ter mestrado, doutorado ou graduação. Onde eu trabalhei, nosso cliente pedia um inventário de talentos e diplomas. Neste caso, é importante aparecer a palavra Python, seja na sua experiência, ou mesmo no nome de um curso que você fez (mais abaixo).

b) A pessoa recebe um número excessivo de CVs para a mesma vaga, na época eu recebi mais de 2200. Neste caso, ela vai fazer um pesquisa como o pessoal de RH. Normalmente se privilegia experiência nesses casos, mas sem os diplomas, depende muito. No meu caso, minha secretária era professora de inglês. Eu passava uns CVs pré-selecionados para ela, ela ligava, fazia um teste por telefone e filtrava os CVs que eu deveria chamar para entrevista, sorte minha.

Eu comecei a trabalhar cedo com informática (início dos anos 90) e até meus 28 anos eu não tinha diploma universitário. Ná época, o importante para mim era ganhar dinheiro. Consegui ótimas vagas em empresas pequenas, apenas com um diploma do curso técnico. Nunca fiz certificação alguma. Nunca trabalhei em mega-empresas, pois o salário dependia da formação e nunca era bom para mim (pagavam menos).
Depois eu me formei e fiz mestrado. Valeu muito a pena na hora de trabalhar fora, pois para ter permissão de trabalho o diploma é obrigatório (pelo menos na Bélgica). Aqui, nem de certificação ouço falar, mas um "engenheiro" passa 5 anos na faculade em tempo integral. Aqui já se sai mestre. Escrevi "engenheiro", pois aqui esta palavra praticamente substitui o nosso graduado.

Como você mesmo disse, toda forma de adquirir conhecimento é importante. Se eu morasse em SP, eu assistira o curso do Luciano, tenho certeza que o networking e os bizus de Python apareceriam, independente do meu nível de formação ou experiência. Um curso online pode ser muito bom, mas depende muito. Eu fiz uns no Cursera, uns excelentes e outros que não consegui nem chegar ao fim. Tudo depende, só de experimentar já se aprende muito.

Quanto a certificado de curso livre, sinceramente, nunca serviram para nada, na minha experiência. Se for fazer o curso, faça para aprender. O certificado só serve para o RH fazer o tal  inventário de talentos mais tarde e se para isso servir. Eu tenho maior orgulho de um curso de programação Basic I que fiz em 86... mas nunca tive oportuinidade de usá-lo, ficou como recordação mesmo.

Se eu voltasse a contratar hoje, eu daria preferência para pessoas que saibam aprender sozinhas. Seja com livros, cursos presenciais ou on-line, mas alguém que se vire para aprender um assunto. Nessa lista, vale até que aprendeu Python lendo a documentação on-line que é ótima. Mas se eu tivesse que escolher entre dois candidatos com experiência equivalente, mas um formado e outro não, o com diploma teria a vaga.

Três coisas são importantes num CV: experiência, formação superior e em alguns casos certificações.

Cursos livres eu não colocaria nem no CV. Salvo se o CV estiver muito magrinho. Se o curso foi de Python, é mais importante dizer que sabe e que ja fez X, Y e Z com a linguagem. O curso livre pode aparecer na entrevista. O networking do curso pode ajudar mais que o curso em si, mas lembre-se que isso pode ser uma faca de dois gumes, pois estas pessoas lembrarão de como você se comportou no curso, nos intervalos, etc.

Resumindo, eu faria um curso online, independente do certificado, se quisesse acelerar o aprendizado de uma linguagem/assunto. Mas não ficaria só por ai.

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