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Esta foi a resposta que dei num post na lista Python-Brasil sobre a importância de certificados.
Há alguns anos eu contratei mais de 100 profissionais de informática... desenvovedores C++, Java, testadores etc. Durante este período, eu aprendi a não confiar em diploma algum.
Eu contratei gente vinda de faculdade particular muito melhor que de
faculdades federais ou estaduais, embora esta não fosse a regra, mas a
exceção. Se a pessoa que contrata é a mesma que vai trabalhar com você,
por exemplo seu futuro chefe, ele procura alguém que resolva os
problemas dele, diploma e certificado ele deixa para o RH ver :-D. Eu
conheci muita gente boa que nem faculdade tinha, mas são casos raros e
não a regra. Para algumas posições de TI, faculdade é luxo... para
outras é absolutamente necessário. Eu sei que para administração de
redes, certificação é fundamental.
A questão de diploma/certificados aparece quando você tenta trabalhar numa empresa maior onde:
a) Alguém do RH ou empresa externa vai fazer a pré-seleção para o
pessoal de TI. Neste caso, a primeira seleção é quase mecânica com um
check list do CV: tem faculdade? É de informática ou engenharia? trabalha há quantos anos... etc. Normalmente o RH não arrisca passar um
CV para entrevista se nem tiver encontrado alguns pré-requisitos.
Algumas empresas tem mesmo cotas de qualidade e escolarização, onde uma
determinada porcentagem tem que ter mestrado, doutorado ou graduação.
Onde eu trabalhei, nosso cliente pedia um inventário de talentos e
diplomas. Neste caso, é importante aparecer a palavra Python, seja na
sua experiência, ou mesmo no nome de um curso que você fez (mais
abaixo).
b) A pessoa recebe um número excessivo de CVs para a mesma vaga, na
época eu recebi mais de 2200. Neste caso, ela vai fazer um pesquisa como
o pessoal de RH. Normalmente se privilegia experiência nesses casos,
mas sem os diplomas, depende muito. No meu caso, minha secretária era
professora de inglês. Eu passava uns CVs pré-selecionados para ela, ela
ligava, fazia um teste por telefone e filtrava os CVs que eu deveria
chamar para entrevista, sorte minha.
Eu comecei a trabalhar cedo com informática (início dos anos 90) e até
meus 28 anos eu não tinha diploma universitário. Ná época, o importante
para mim era ganhar dinheiro. Consegui ótimas vagas em empresas
pequenas, apenas com um diploma do curso técnico. Nunca fiz certificação
alguma. Nunca trabalhei em mega-empresas, pois o salário dependia da
formação e nunca era bom para mim (pagavam menos).
Depois eu me formei e fiz mestrado. Valeu muito a pena na hora de
trabalhar fora, pois para ter permissão de trabalho o diploma é
obrigatório (pelo menos na Bélgica). Aqui, nem de certificação ouço
falar, mas um "engenheiro" passa 5 anos na faculade em tempo integral.
Aqui já se sai mestre. Escrevi "engenheiro", pois aqui esta palavra
praticamente substitui o nosso graduado.
Como você mesmo disse, toda forma de adquirir conhecimento é importante.
Se eu morasse em SP, eu assistira o curso do Luciano, tenho certeza que
o networking e os bizus de Python apareceriam, independente do meu
nível de formação ou experiência. Um curso online pode ser muito bom,
mas depende muito. Eu fiz uns no Cursera, uns excelentes e outros que
não consegui nem chegar ao fim. Tudo depende, só de experimentar já se
aprende muito.
Quanto a certificado de curso livre, sinceramente, nunca serviram para
nada, na minha experiência. Se for fazer o curso, faça para aprender. O
certificado só serve para o RH fazer o tal inventário de talentos mais
tarde e se para isso servir. Eu tenho maior orgulho de um curso de
programação Basic I que fiz em 86... mas nunca tive oportuinidade de
usá-lo, ficou como recordação mesmo.
Se eu voltasse a contratar hoje, eu daria preferência para pessoas que
saibam aprender sozinhas. Seja com livros, cursos presenciais ou
on-line, mas alguém que se vire para aprender um assunto. Nessa lista,
vale até que aprendeu Python lendo a documentação on-line que é ótima.
Mas se eu tivesse que escolher entre dois candidatos com experiência
equivalente, mas um formado e outro não, o com diploma teria a vaga.
Três coisas são importantes num CV: experiência, formação superior e em alguns casos certificações.
Cursos livres eu não colocaria nem no CV. Salvo se o CV estiver muito
magrinho. Se o curso foi de Python, é mais importante dizer que sabe e
que ja fez X, Y e Z com a linguagem. O curso livre pode aparecer na
entrevista. O networking do curso pode ajudar mais que o curso em si,
mas lembre-se que isso pode ser uma faca de dois gumes, pois estas
pessoas lembrarão de como você se comportou no curso, nos intervalos,
etc.
Resumindo, eu faria um curso online, independente do certificado, se
quisesse acelerar o aprendizado de uma linguagem/assunto. Mas não
ficaria só por ai.
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