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Em Python your Life, eu disse que não gostava de Java. E realmente não gostava.
Conheci Java no Internet World 1996, no Rio de Janeiro :-) Minha última visita a cidade maravilhosa. Solteiro, com algum dinheiro no bolso... ah... Copacabana e os barzinhos do Rio... putz, lembrei que já em 96 eu deixei o relógio em casa, com medo de assaltos. Mas o Rio é lindo.
Bem, a Sun apresentou o Java e principalmente as diferenças entre o Java e o JavaScript. Eu tinha um pequeno provedor em Manaus e usávamos um servidor Sun. Eu sofria para escrever os programas do provedor em C++, lembro que passei 2 semanas para achar os arquivos binários do GCC para microSparc... viva o Google (naquela época o melhor era o AltaVista). O Java era grátis e o compilador da Sun custava uns US$3.000,00 (sem os manuais...), me apaixonei por Applets e por um bom tempo Java era só Applets.
Mas para mim, a linguagem nunca fora nada mais que um C++ disfarçado. Eu não tinha problemas com ponteiros, até achava normal trabalhar com eles e ter seg faults aqui e ali :-)
O problema é que na época eu não via nada além disso. Por que fazer algo em Java se eu já tinha minhas bibliotecas em C e C++? Não era tão claro para mim as vantagens de ser multiplaforma. E Java 1.0 ninguém esquece... No Windows, eu tinha o Delphi e no Linux tinha também o C/C++, era só recompilar. Para mim, o Java ficou sendo uma forma legal de enriquecer home pages com applets ou de deixar meus CGIs mais lentos que em C/C++.
O tempo passou e a linguagem Java se popularizou. EJB, Java 2, Hibernate e Tomcat foram aparecendo. Mas nesta época eu já não estava mais programando e sim gerenciando. Perdi o desenvolvimento do Java.
Só considerei Java seriamente no Desktop depois de ver o Eclipse e sua biblioteca.
Depois começamos a fazer programas para um cliente no exterior, usando Java e o BEA. Comecei a gostar, mas realmente fiquei preocupado quanto a produtividade dos programadores, precisava de muito framework para fazer algo funcionar. Programador Java não ganha pouco, graças a Deus :-) Haja máquina e dinheiro com licenças... um estagiário começou a trabalhar com Tomcat e o tigre comeu o pobre rapaz :-) Não foi um recomeço amigável. Nesta época eu comecei a chamar Java de Jaca. Era grande e ninguém conseguia comer sozinho :-)
Ano passado, eu comecei a desenvolver um aplicativo novo para Web, usando Ajax e múltiplos Threads. Adivinhem que linguagem eu escolhi para desenvolver meu pequeno monstro? Java. Fiquei impressionado com as melhorias do Java 5, principalmente com templates e operações com lista. A biblioteca da linguagem também é excelente, fora o Eclipse com seu preço amigável. Criei o servidor e este passa muito bem. Inclusive, migrei alguns utilitários de baixo nível escritos em Visual C++ e .Net para Java. Semana passada instalei o servidor pela primeira vez no Linux e ficou muito bom, não precisei alterar nada. Troquei o banco de dados de MySQL para Firebird 1.5 e depois para o Firebird 2.0. Não precisei mudar quase nada, graças ao Hibernate.
Ok, o servidor usa uns 47 MB de Ram só para ele... mas um pente de 512 MB custa uns €30,00. Eu custo bem mais caro. Entre comprar o pente e perder meus cabelos debugando código reentrante em C++... prefiro comprar o pente :-)
Já estou usando o Java 6, não precisam ficar preocupados.
Assim fiz as pazes com o Java. Desculpas aos pobres coitados que quiseram vender Java para mim antes, dou o braço a torcer. Vocês tinham razão. Mas que era uma Jaca, era.
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segunda-feira, 30 de abril de 2007
quarta-feira, 25 de abril de 2007
Bandeiras de software
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Tecnologia precisa de razão ou motivo para se utilizar? Digo, tecnologias são como bandeiras? Ou como time de futebol?
Eu explico. As bandeiras de software são como vejo questões sobre tecnologias sendo defendidas como o time de futebol do coração. Alias, acho que escolhemos um time de futebol por diversas maneiras: o pai torcia, gostava da cor, ganhou o campeonato quando você era criança...
Eu torço pelo Grêmio, campeão mundial em 1983. Não lembro de jogos de futebol antes da final do campeonato no Japão. Mas nunca fui fã de futebol... só lembro disso em copa do mundo.
Eu uso Linux há bastante tempo, de verdade desde 1996. Mas antes já tinha comprado uns disquetes do Mingo, com o tal Unix de um só disco... e oito terminais!
Eu defendo o uso racional de tecnologia. Nem sempre Linux é bom.
O mesmo acontece com orientação a objetos, sistemas operacionais e linguagens de programação. Se houvesse uma só resposta para todo tipo de problema que estas tecnologias podem resolver, não haveriam tantas tecnologias.
Os problemas mudam, as pessoas que tem os problemas também. Cada caso exige uma análise particular que resultará em soluções também particulares.
Penso em linguagens como Delphi. Na empresa que trabalho, reina o C++ e o Java. Mas existem guerreiros do Delphi. Hoje mesmo eu estava resolvendo um problema com JNI, em outro laboratório. Eles perguntaram por que eu havia escolhido fazer o novo servidor em Java?
Pensei um pouco e respondi que conhecia Delphi, mas que o servidor era uma coisinha com múltiplos threads, acesso a banco de dados e inúmeros candidatos a problemas de concorrência. E para este tipo de problema, o Java é excepcional.
Se eu tivesse que desenvolver algo do zero novamente, eu teria que pensar no problema, antes de escolher a solução. Java não é bom para tudo.
No caso do Linux, temos os guerreiros do Ubuntu, e eu estou para entrar nesse exército. Eu realmente gostaria de ter um desktop Linux hoje. Na realidade, meu computador tem dual-boot, mas para acessar a Web e trabalhar, eu ainda uso o Windows. O Linux fica para minha pesquisa e para alimentar meu nerdismo.
Por outro lado, eu quase que não hesitaria em ter outro servidor Linux. Acho que para servidor Web, SVN, email, etc não tem solução melhor que um bom Gentoo. Mas eu já prescrevi Windows para empresas que tinham dinheiro para isso, mas não para contratar um administrador Linux. Não adianta ter Linux se a cultura da empresa é Windows. Mais batalhas...
Pensando em um novo produto de software. Qualquer um. Você escreveria este para Linux ou Windows? Eu escreveria para Windows, pois acho que o dinheiro ainda está com quem usa Windows. Fica aqui meu protesto contra os piratas que abrem a boca pra esbanjar as versões mais recentes do Sistema Operacional, mas que se recusam em pagar por isso. O Linux sempre foi muito claro para mim. A maioria das empresas em que trabalhei caia para trás quando era informada dos custos reais de software. Era quando o Linux tinha uma chance. Onde o Windows custava menos de R$10,00: sem chance. Não pelo Linux ou pela Microsoft, mas pela minha responsabilidade como profissional de informática, isso sim é uma bandeira que eu defendo!
Ainda assim, sou contra defender o Linux como uma bandeira. Eu também não defendo o Python para qualquer tipo de programa. Quanto mais nos especializamos, temos a tendência de encaixar as coisas dentro daquilo que já conhecemos. É nessa hora que a mente deve permanecer aberta.
Como eu sou um cara esquecido, acabo tendo que rever tudo de novo, sempre. Às vezes não ter memória ajuda :-).
Tecnologia precisa de razão ou motivo para se utilizar? Digo, tecnologias são como bandeiras? Ou como time de futebol?
Eu explico. As bandeiras de software são como vejo questões sobre tecnologias sendo defendidas como o time de futebol do coração. Alias, acho que escolhemos um time de futebol por diversas maneiras: o pai torcia, gostava da cor, ganhou o campeonato quando você era criança...
Eu torço pelo Grêmio, campeão mundial em 1983. Não lembro de jogos de futebol antes da final do campeonato no Japão. Mas nunca fui fã de futebol... só lembro disso em copa do mundo.
Eu uso Linux há bastante tempo, de verdade desde 1996. Mas antes já tinha comprado uns disquetes do Mingo, com o tal Unix de um só disco... e oito terminais!
Eu defendo o uso racional de tecnologia. Nem sempre Linux é bom.
O mesmo acontece com orientação a objetos, sistemas operacionais e linguagens de programação. Se houvesse uma só resposta para todo tipo de problema que estas tecnologias podem resolver, não haveriam tantas tecnologias.
Os problemas mudam, as pessoas que tem os problemas também. Cada caso exige uma análise particular que resultará em soluções também particulares.
Penso em linguagens como Delphi. Na empresa que trabalho, reina o C++ e o Java. Mas existem guerreiros do Delphi. Hoje mesmo eu estava resolvendo um problema com JNI, em outro laboratório. Eles perguntaram por que eu havia escolhido fazer o novo servidor em Java?
Pensei um pouco e respondi que conhecia Delphi, mas que o servidor era uma coisinha com múltiplos threads, acesso a banco de dados e inúmeros candidatos a problemas de concorrência. E para este tipo de problema, o Java é excepcional.
Se eu tivesse que desenvolver algo do zero novamente, eu teria que pensar no problema, antes de escolher a solução. Java não é bom para tudo.
No caso do Linux, temos os guerreiros do Ubuntu, e eu estou para entrar nesse exército. Eu realmente gostaria de ter um desktop Linux hoje. Na realidade, meu computador tem dual-boot, mas para acessar a Web e trabalhar, eu ainda uso o Windows. O Linux fica para minha pesquisa e para alimentar meu nerdismo.
Por outro lado, eu quase que não hesitaria em ter outro servidor Linux. Acho que para servidor Web, SVN, email, etc não tem solução melhor que um bom Gentoo. Mas eu já prescrevi Windows para empresas que tinham dinheiro para isso, mas não para contratar um administrador Linux. Não adianta ter Linux se a cultura da empresa é Windows. Mais batalhas...
Pensando em um novo produto de software. Qualquer um. Você escreveria este para Linux ou Windows? Eu escreveria para Windows, pois acho que o dinheiro ainda está com quem usa Windows. Fica aqui meu protesto contra os piratas que abrem a boca pra esbanjar as versões mais recentes do Sistema Operacional, mas que se recusam em pagar por isso. O Linux sempre foi muito claro para mim. A maioria das empresas em que trabalhei caia para trás quando era informada dos custos reais de software. Era quando o Linux tinha uma chance. Onde o Windows custava menos de R$10,00: sem chance. Não pelo Linux ou pela Microsoft, mas pela minha responsabilidade como profissional de informática, isso sim é uma bandeira que eu defendo!
Ainda assim, sou contra defender o Linux como uma bandeira. Eu também não defendo o Python para qualquer tipo de programa. Quanto mais nos especializamos, temos a tendência de encaixar as coisas dentro daquilo que já conhecemos. É nessa hora que a mente deve permanecer aberta.
Como eu sou um cara esquecido, acabo tendo que rever tudo de novo, sempre. Às vezes não ter memória ajuda :-).
quinta-feira, 19 de abril de 2007
Do mercantilismo à indústria de software
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Sempre me pergunto: o que falta para tanta gente talentosa em nosso país realmente fazer dinheiro com informática. Já trabalhei com muita gente boa que sempre corre atrás de dinheiro, seja num emprego fixo ou em contratos de curta duração.
Por que estamos sempre vendendo mão-de-obra e nosso tempo? E por que tão poucos investem em produtos? É estranho um país do tamanho do Brasil ter poucos produtos de uso global. Há gloriosas exceções, mas são muito raras. Li um post muito interessante no Blog do Mesquita sobre bananas e bananada. Esta estória pode nos dar algumas idéias.
O que será que nos falta para sermos empreendedores de fato? Lembro que empreendedorismo foi uma das matérias que mais gostei na faculdade. Na época, era o auge da Internet e da das .COM. O curso falava boa parte do tempo em plano de negócios.
Planejar a empresa é algo muito bom e o plano de negócios ajuda neste sentido. Mas em 2000, pensava-se realmente grande. Grandes sites web com novos serviços, mas que precisavam de milhares de reais para entrar no ar... E o plano de negócios abria as portas dos investidores de risco. Eles investiam dinheiro no novo negócio em troca de ações, melhor que fazer empréstimo em banco. No empréstimo de risco, se tudo for por água abaixo, a empresa fecha e pronto. Se tudo der certo, os investidores recebem o que investiram e claro parte dos lucros (a maior parte :-). O plano de negócios podia ser mais importante que a idéia... deu no que deu. Eu espero que os problemas com a bolha não tenham enterrado de vez o sonho empreendedor de muitos. Esse modelo chegou a funcionar até no Brasil. Não sei se isso hoje ainda acontece lá. Nos EUA, está voltando a acontecer, desta vez com mais pé no chão.
Voltando no tempo...
Eu comecei a ganhar dinheiro com computadores quando tinha 12 anos. Brincava com eles desde 1984... mas depois comecei a vender em casa papel para impressora, etiquetas adesivas, disquetes e o incrível Picotex. Estávamos em plena reserva de mercado, governo militar etc. Eu achava que para ser presidente tinha que ser general, depois alguém me explicou que não era bem assim :-) Nesta época, havia computadores brasileiros como o TK90X, TK2000, EXATO CCE, UNITRON e outros brinquedos raros. Imagine como era isso em Manaus... nos anos 80! Oportunidade para um menino ganhar um pouco de dinheiro e com isso comprar mais disquetes...
Eu tinha um amigo, o Mingo, que sempre teve uma visão empreendedora. Eu aprendi muito com ele. O Mingo sempre estava vendendo alguma coisa, depois começou a escrever programas e a distribui-los em disquete. Na época, sem Internet, a coisa era realmente muito mais difícil. Um dos programas você pode conhecer aqui: Mingo Assembler.
Antes havia o problema da distribuição, quem aceitaria vender software? Gravar os disquetes ou CD-ROM e fazer a caixa de papelão era muito caro, especialmente em pequenas quantidades. Na época, o software ainda vinha com o manual impresso, mais um custo. Hoje com a Internet isso não existe mais. E melhor, pode-se alcançar não só todo o país, mas todos os países do mundo.
Eu acredito que o problema é ainda estarmos vivendo a era comercial do software. Se pensa em um programa de controle de estoques ou um que controle uma pequena loja. Normalmente, o sonho não vai além de conseguir alguns clientes e viver da manutenção do software. Estamos comercializando nosso tempo e entregando-o de porta em porta.
Por que não pensamos em produtos?
A falta de pensamentos deste tipo condenaram países como Portugal e Brasil a um atraso de desenvolvimento em relação a outros países. Nós exportávamos o nosso açúcar, mas quem ganhava mais dinheiro eram os holandeses, que refinavam e vendiam por toda Europa. O risco de manter as colônias era todo nosso, o lucro deles. Se procurarmos em nossa história, sempre foi assim. Trabalhamos muito, mas não somos os que mais ganham com este trabalho.
Será que o mesmo vale para o Software? Eu vejo o modelo indiano e fico assustado. Eles possuem muita gente boa em software. Mas eu ainda não conheço grandes empresas indianas! Ou melhor dizendo: grandes produtos indianos. Existem grandes empresas de consultoria e de desenvolvimento off-shore, mas e de software como produto? Eles estão nas melhores universidades do mundo, gente com formação não falta. Trabalham em empresas como Google e Microsoft, gerando os produtos que usamos e compramos hoje, mas fazem isso nos EUA. Sucesso para eles, oportunidade de mudar de vida tem que ser aproveitada, mas o grosso do dinheiro fica nos Estados Unidos. Tio Sam sabe vender e ainda bem que os chineses ainda não aprenderam a fazer isso sozinhos, mas eles estão chegado lá.
O modelo brasileiro é diferente, pois não exportamos serviços de informática. Ou melhor, não exportamos como poderíamos. Sabemos fazer, não vendemos muito e tem pouca gente de fora querendo comprar.
No meu emprego anterior, nós fazíamos software para empresas nos EUA e Europa. O problema é que um dia, estas empresas deixaram de fazer negócio conosco. E advinhem, nenhum produto foi desenvolvido durante todo o tempo de parceria. Nada ficou conosco.
Esse é o problema de se vender tempo e talento. No final, quase nada sobra. Ok, cria-se gente muito bem treinada e experiente, mas no final das contas isso se transforma em custos e obrigações que você não pode pagar sem um produto. Iniciasse o ciclo novamente, em busca do próximo cliente, do próximo projeto. Isso ocorre em vários lugares.
Nos últimos anos, a coisa parece que piorou. Eu ouvia mais sobre produtos de software na Manaus dos anos 80, do que hoje. E fico preocupado. Será que deixou de ser interessante?
Aqui na Bélgica, devido ao alto custo de mão-de-obra, as grandes consultorias são as únicas a fazer dinheiro com software customizado. As pessoas pensam em produtos, porque o custo de suporte é muito grande e o de desenvolvimento maior ainda.
A indústria de software ainda não é tão comum na Selva, mas encubadoras de empresa não param de surgir. Conversando com amigos, ouço a pergunta: se eu fizer isso, será que vende?
Navegando pela Internet, pode-se perceber que vende-se de tudo. É uma questão de quanto e se será o suficiente para mudar sua vida. Mas se vamos continuar tentando, por que não tentar na direção certa?
Não é fácil, eu sei. Mas parece ser mais um daqueles problemas de falta de fé, autoconfiança. Software é algo que eliminou várias barreiras como distância e distribuição. Os brasilieiros podem competir com qualquer outro povo do mundo. Isso é raro e não estamos acostumados a acreditar que podemos bater de frente com eles. Mas tem que acreditar.
Eu já tive duas empresas. Eu vou morrer tentando. Brasileiro não desiste mesmo.
Sempre me pergunto: o que falta para tanta gente talentosa em nosso país realmente fazer dinheiro com informática. Já trabalhei com muita gente boa que sempre corre atrás de dinheiro, seja num emprego fixo ou em contratos de curta duração.
Por que estamos sempre vendendo mão-de-obra e nosso tempo? E por que tão poucos investem em produtos? É estranho um país do tamanho do Brasil ter poucos produtos de uso global. Há gloriosas exceções, mas são muito raras. Li um post muito interessante no Blog do Mesquita sobre bananas e bananada. Esta estória pode nos dar algumas idéias.
O que será que nos falta para sermos empreendedores de fato? Lembro que empreendedorismo foi uma das matérias que mais gostei na faculdade. Na época, era o auge da Internet e da das .COM. O curso falava boa parte do tempo em plano de negócios.
Planejar a empresa é algo muito bom e o plano de negócios ajuda neste sentido. Mas em 2000, pensava-se realmente grande. Grandes sites web com novos serviços, mas que precisavam de milhares de reais para entrar no ar... E o plano de negócios abria as portas dos investidores de risco. Eles investiam dinheiro no novo negócio em troca de ações, melhor que fazer empréstimo em banco. No empréstimo de risco, se tudo for por água abaixo, a empresa fecha e pronto. Se tudo der certo, os investidores recebem o que investiram e claro parte dos lucros (a maior parte :-). O plano de negócios podia ser mais importante que a idéia... deu no que deu. Eu espero que os problemas com a bolha não tenham enterrado de vez o sonho empreendedor de muitos. Esse modelo chegou a funcionar até no Brasil. Não sei se isso hoje ainda acontece lá. Nos EUA, está voltando a acontecer, desta vez com mais pé no chão.
Voltando no tempo...
Eu comecei a ganhar dinheiro com computadores quando tinha 12 anos. Brincava com eles desde 1984... mas depois comecei a vender em casa papel para impressora, etiquetas adesivas, disquetes e o incrível Picotex. Estávamos em plena reserva de mercado, governo militar etc. Eu achava que para ser presidente tinha que ser general, depois alguém me explicou que não era bem assim :-) Nesta época, havia computadores brasileiros como o TK90X, TK2000, EXATO CCE, UNITRON e outros brinquedos raros. Imagine como era isso em Manaus... nos anos 80! Oportunidade para um menino ganhar um pouco de dinheiro e com isso comprar mais disquetes...
Eu tinha um amigo, o Mingo, que sempre teve uma visão empreendedora. Eu aprendi muito com ele. O Mingo sempre estava vendendo alguma coisa, depois começou a escrever programas e a distribui-los em disquete. Na época, sem Internet, a coisa era realmente muito mais difícil. Um dos programas você pode conhecer aqui: Mingo Assembler.
Antes havia o problema da distribuição, quem aceitaria vender software? Gravar os disquetes ou CD-ROM e fazer a caixa de papelão era muito caro, especialmente em pequenas quantidades. Na época, o software ainda vinha com o manual impresso, mais um custo. Hoje com a Internet isso não existe mais. E melhor, pode-se alcançar não só todo o país, mas todos os países do mundo.
Eu acredito que o problema é ainda estarmos vivendo a era comercial do software. Se pensa em um programa de controle de estoques ou um que controle uma pequena loja. Normalmente, o sonho não vai além de conseguir alguns clientes e viver da manutenção do software. Estamos comercializando nosso tempo e entregando-o de porta em porta.
Por que não pensamos em produtos?
A falta de pensamentos deste tipo condenaram países como Portugal e Brasil a um atraso de desenvolvimento em relação a outros países. Nós exportávamos o nosso açúcar, mas quem ganhava mais dinheiro eram os holandeses, que refinavam e vendiam por toda Europa. O risco de manter as colônias era todo nosso, o lucro deles. Se procurarmos em nossa história, sempre foi assim. Trabalhamos muito, mas não somos os que mais ganham com este trabalho.
Será que o mesmo vale para o Software? Eu vejo o modelo indiano e fico assustado. Eles possuem muita gente boa em software. Mas eu ainda não conheço grandes empresas indianas! Ou melhor dizendo: grandes produtos indianos. Existem grandes empresas de consultoria e de desenvolvimento off-shore, mas e de software como produto? Eles estão nas melhores universidades do mundo, gente com formação não falta. Trabalham em empresas como Google e Microsoft, gerando os produtos que usamos e compramos hoje, mas fazem isso nos EUA. Sucesso para eles, oportunidade de mudar de vida tem que ser aproveitada, mas o grosso do dinheiro fica nos Estados Unidos. Tio Sam sabe vender e ainda bem que os chineses ainda não aprenderam a fazer isso sozinhos, mas eles estão chegado lá.
O modelo brasileiro é diferente, pois não exportamos serviços de informática. Ou melhor, não exportamos como poderíamos. Sabemos fazer, não vendemos muito e tem pouca gente de fora querendo comprar.
No meu emprego anterior, nós fazíamos software para empresas nos EUA e Europa. O problema é que um dia, estas empresas deixaram de fazer negócio conosco. E advinhem, nenhum produto foi desenvolvido durante todo o tempo de parceria. Nada ficou conosco.
Esse é o problema de se vender tempo e talento. No final, quase nada sobra. Ok, cria-se gente muito bem treinada e experiente, mas no final das contas isso se transforma em custos e obrigações que você não pode pagar sem um produto. Iniciasse o ciclo novamente, em busca do próximo cliente, do próximo projeto. Isso ocorre em vários lugares.
Nos últimos anos, a coisa parece que piorou. Eu ouvia mais sobre produtos de software na Manaus dos anos 80, do que hoje. E fico preocupado. Será que deixou de ser interessante?
Aqui na Bélgica, devido ao alto custo de mão-de-obra, as grandes consultorias são as únicas a fazer dinheiro com software customizado. As pessoas pensam em produtos, porque o custo de suporte é muito grande e o de desenvolvimento maior ainda.
A indústria de software ainda não é tão comum na Selva, mas encubadoras de empresa não param de surgir. Conversando com amigos, ouço a pergunta: se eu fizer isso, será que vende?
Navegando pela Internet, pode-se perceber que vende-se de tudo. É uma questão de quanto e se será o suficiente para mudar sua vida. Mas se vamos continuar tentando, por que não tentar na direção certa?
Não é fácil, eu sei. Mas parece ser mais um daqueles problemas de falta de fé, autoconfiança. Software é algo que eliminou várias barreiras como distância e distribuição. Os brasilieiros podem competir com qualquer outro povo do mundo. Isso é raro e não estamos acostumados a acreditar que podemos bater de frente com eles. Mas tem que acreditar.
Eu já tive duas empresas. Eu vou morrer tentando. Brasileiro não desiste mesmo.
terça-feira, 17 de abril de 2007
Python your life
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Eu sou um cara esquecido. Eu realmente não lembro certas coisas, mas outras eu não esqueço.
Uma vez, ainda no final dos anos 90, putz esqueci em que ano foi... um amigo de faculdade comentou sobre uma tal linguagem "píton". Ele disse ser super prática, muito boa, mesmo sendo script.
Na época eu já trabalhava com Linux e qualquer coisa para ajudar era bem vinda. Baixei o tal do Python e fiz o tradicional imprima os primos, usando listas, claro! Depois um aplicativo para procurar arquivos repetidos no HD. Foi o suficiente para me libertar de Perl, até então a melhor coisa do mundo script para mim.
Passei um tempo sem usar a linguagem. Acho que até 2002, quando um grupo de amigos do trabalho iniciou uma discussão sobre jogos de computador. Como todos eram técnicos, o assunto não era o jogo em si, mas a tecnologia por trás de um jogo. Especificamente, o que mais interessava ao grupo era escolher a melhor linguagem para se codificar um jogo. Como esse tipo de coisa é tão exato quanto religião ou política... resolvi sugerir que cada um tentasse fazer um jogo simples, com a linguagem que achasse melhor.
Eu não gostava de Java, depois explico o por quê. Comecei a brincar com Delphi, que estava a mão na época. Sempre programei em C e não precisava de outro teste para saber o que eu já sabia: C é bom, mas tem coisa melhor hoje em dia. Lembrei da tal linguagem da cobra, o Python (segundo o criador da linguagem, Guido van Rossum, pronuncia-se "Paiton" filme legenda).
Usando Python e Pygame, iniciei um pequeno "shoot them up", tipo Space Invaders, afinal era pra ser um jogo simples. E se o Space Invaders original rodava num Atari com 1 MHz... rodaria em qualquer linguagem script séria.
Comecei desconfiado, testando a performance do pequeno monstro que estava criando. Fiquei surpreso ao constatar que a performance era mais que suficiente para o que eu queria.
A linguagem é realmente interessante: fácil de aprender, multiplataforma, com acesso a todo tipo de bibliotecas de sistema, banco de dados e até jogos! Continuei fazendo o pequeno jogo. Gráficos, sons, suporte a joystick, alteração dinâmica de resolução e suporte a várias línguas. Um jogo realmente simples. Você pode ver o que eu criei em http://invasores.sourceforge.net/.
Quanto aos outros colegas, um iniciou um jogo em Java, acho que até foi em J2ME... mas não chegou a ter cores. Outras tentativas não deixaram rastros. Agora eu tinha provas que Python era boa, não pela superioridade pura e simples de sua simplicidade, mas porque com ela eu podia fazer mais em menos tempo. Produtividade enfim.
Antes eu havia usado o Python para converter banco de dados e realizar operações com arquivos. Desde a experiência com o jogo, eu uso Python para todo pequeno utilitário que eu preciso. E não me surpreendo quando acho outros programas muito bons escritos na linguagem. Esses tempos mesmo, escrevi utilitários para fazer a carga de arquivos CSV para um banco MySql e gerar tabelas em Latex.
Além do poder da linguagem, sua clareza é realmente impressionante. Os tais blocos por identação atenderam a um desejo que eu tinha há muito tempo. Misturar tabs e espaços é complicado, eu sei, mas quando se consegue fazer certo... consegue-se um programa limpo e fácil de ler. Se você consegue ler, consegue aprender.
Eu ensinei lógica de programação para alunos do ensino médio e para algumas pessoas na faculdade. Era terrível ler um programa "desdentado". Mais difícil ainda convencer as criaturas da importância de um código limpo. Esse problema não existe com Python. Será executado como lá está escrito, ou melhor, como se vê. Eu realmente gosto da linguagem.
Além disso tudo, a linguagem vem com todos os acessórios, incluindo-se uma ativa comunidade lusófona em PythonBrasil. Só não aprende quem não quer.
Eu continuo programando em C++ e Java, mas a outra é Python.
Cada um sabe onde seu calo aperta. Python não é bala de prata. Mas como não existe lobisomem... Python your life!
Eu sou um cara esquecido. Eu realmente não lembro certas coisas, mas outras eu não esqueço.
Uma vez, ainda no final dos anos 90, putz esqueci em que ano foi... um amigo de faculdade comentou sobre uma tal linguagem "píton". Ele disse ser super prática, muito boa, mesmo sendo script.
Na época eu já trabalhava com Linux e qualquer coisa para ajudar era bem vinda. Baixei o tal do Python e fiz o tradicional imprima os primos, usando listas, claro! Depois um aplicativo para procurar arquivos repetidos no HD. Foi o suficiente para me libertar de Perl, até então a melhor coisa do mundo script para mim.
Passei um tempo sem usar a linguagem. Acho que até 2002, quando um grupo de amigos do trabalho iniciou uma discussão sobre jogos de computador. Como todos eram técnicos, o assunto não era o jogo em si, mas a tecnologia por trás de um jogo. Especificamente, o que mais interessava ao grupo era escolher a melhor linguagem para se codificar um jogo. Como esse tipo de coisa é tão exato quanto religião ou política... resolvi sugerir que cada um tentasse fazer um jogo simples, com a linguagem que achasse melhor.
Eu não gostava de Java, depois explico o por quê. Comecei a brincar com Delphi, que estava a mão na época. Sempre programei em C e não precisava de outro teste para saber o que eu já sabia: C é bom, mas tem coisa melhor hoje em dia. Lembrei da tal linguagem da cobra, o Python (segundo o criador da linguagem, Guido van Rossum, pronuncia-se "Paiton" filme legenda).
Usando Python e Pygame, iniciei um pequeno "shoot them up", tipo Space Invaders, afinal era pra ser um jogo simples. E se o Space Invaders original rodava num Atari com 1 MHz... rodaria em qualquer linguagem script séria.
Comecei desconfiado, testando a performance do pequeno monstro que estava criando. Fiquei surpreso ao constatar que a performance era mais que suficiente para o que eu queria.
A linguagem é realmente interessante: fácil de aprender, multiplataforma, com acesso a todo tipo de bibliotecas de sistema, banco de dados e até jogos! Continuei fazendo o pequeno jogo. Gráficos, sons, suporte a joystick, alteração dinâmica de resolução e suporte a várias línguas. Um jogo realmente simples. Você pode ver o que eu criei em http://invasores.sourceforge.net/.
Quanto aos outros colegas, um iniciou um jogo em Java, acho que até foi em J2ME... mas não chegou a ter cores. Outras tentativas não deixaram rastros. Agora eu tinha provas que Python era boa, não pela superioridade pura e simples de sua simplicidade, mas porque com ela eu podia fazer mais em menos tempo. Produtividade enfim.
Antes eu havia usado o Python para converter banco de dados e realizar operações com arquivos. Desde a experiência com o jogo, eu uso Python para todo pequeno utilitário que eu preciso. E não me surpreendo quando acho outros programas muito bons escritos na linguagem. Esses tempos mesmo, escrevi utilitários para fazer a carga de arquivos CSV para um banco MySql e gerar tabelas em Latex.
Além do poder da linguagem, sua clareza é realmente impressionante. Os tais blocos por identação atenderam a um desejo que eu tinha há muito tempo. Misturar tabs e espaços é complicado, eu sei, mas quando se consegue fazer certo... consegue-se um programa limpo e fácil de ler. Se você consegue ler, consegue aprender.
Eu ensinei lógica de programação para alunos do ensino médio e para algumas pessoas na faculdade. Era terrível ler um programa "desdentado". Mais difícil ainda convencer as criaturas da importância de um código limpo. Esse problema não existe com Python. Será executado como lá está escrito, ou melhor, como se vê. Eu realmente gosto da linguagem.
Além disso tudo, a linguagem vem com todos os acessórios, incluindo-se uma ativa comunidade lusófona em PythonBrasil. Só não aprende quem não quer.
Eu continuo programando em C++ e Java, mas a outra é Python.
Cada um sabe onde seu calo aperta. Python não é bala de prata. Mas como não existe lobisomem... Python your life!
segunda-feira, 16 de abril de 2007
Capitães Format, Windows Wizardry
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Capitão Format é uma forma gentil que eu encontrei para chamar alguém com soluções simples e práticas, ainda que nem sempre racionais.
Antes de tudo, eu uso Linux e Windows. Gosto dos dois e falo bem e mal dos dois também. Então não entenda este post como uma declaração de guerra.
O termo vem da facilidade que o suporte técnico de algumas empresas têm em "condenar" seu Windows. Computador lento ou travando, não tem outra solução: format !
Há variações conhecidas: antes de formatar, claro, todos os seus problemas são devidos a um vírus letal e desconhecido.
Acho que alguns até tem um certo fetiche em instalar e reinstalar o Windows. Tudo muito bom, mas o que me intriga é fazer isso de forma quase automática. Um dos sintomas de Capitão Format é resolver tudo com um boot e depois com Format, claro. No Windows essa solução até que é bem normal, mas já vi isso acontecer com Linux.
O Linux é um sistema normalmente bem comportado. Salvo alguns momentos geniais que você derruba serviços aleatórios e essenciais ao bom funcionamento do sistema, o Linux não precisa de reboot. Eu mantive e ainda mantenho alguns servidores Linux. O que acho mais engraçado são as sugestões do tipo: o servidor X não está funcionando, posso dar o boot?
Às vezes funciona. Mas no Linux, você corre o risco de derrubar todos os usuários, todos os serviços, esperar o sistema rebootar e voltar com o mesmo problema. Ainda bem que pouquíssimas vezes ouvi alguém dizendo para formatar o Linux... mas voltando ao Windows e defendendo alguns Capitães Format que conheço...
Quando o homem não dominava o plantio de alimentos, vivíamos como nômades, mudando de um lugar para outro, tão logo o alimento se tornasse escasso. Não tinha outra solução, pois realmente não se sabia como plantar. A mesma coisa acontece com o Windows. O sistema é tão complexo, pois roda ou tenta rodar em qualquer coisa que fica difícil realmente entendê-lo.
O Windows sofre de excesso de integração. Tudo roda junto, tão junto quanto cartas num castelo de cartas. Instale dois browsers e eles competirão para ser seu browser padrão. Desinstale um software e padeça com seus restos no registry para sempre. Não é questão do Linux ser melhor ou pior, mas como foi desenvolvido por pessoas diferentes, acaba tendo certas barreiras corta-fogo para estes casos. E o que fazer quando se tem um problema, mas nenhuma solução racional para resolvê-lo? Format!
O Format reinstala o sistema e deixa tudo pronto para que em dois ou três meses você estrague tudo de novo :-) Mas é a vida. Nada dura para sempre, muito menos a sanidade do seu Registry.
Seja bonzinho com o pessoal da Rede, pois como os nômades de nossa pré-história, a única solução é construir outra casa. O problema do Windows é que a casa sempre é feita no mesmo lugar :-)
Capitão Format é uma forma gentil que eu encontrei para chamar alguém com soluções simples e práticas, ainda que nem sempre racionais.
Antes de tudo, eu uso Linux e Windows. Gosto dos dois e falo bem e mal dos dois também. Então não entenda este post como uma declaração de guerra.
O termo vem da facilidade que o suporte técnico de algumas empresas têm em "condenar" seu Windows. Computador lento ou travando, não tem outra solução: format !
Há variações conhecidas: antes de formatar, claro, todos os seus problemas são devidos a um vírus letal e desconhecido.
Acho que alguns até tem um certo fetiche em instalar e reinstalar o Windows. Tudo muito bom, mas o que me intriga é fazer isso de forma quase automática. Um dos sintomas de Capitão Format é resolver tudo com um boot e depois com Format, claro. No Windows essa solução até que é bem normal, mas já vi isso acontecer com Linux.
O Linux é um sistema normalmente bem comportado. Salvo alguns momentos geniais que você derruba serviços aleatórios e essenciais ao bom funcionamento do sistema, o Linux não precisa de reboot. Eu mantive e ainda mantenho alguns servidores Linux. O que acho mais engraçado são as sugestões do tipo: o servidor X não está funcionando, posso dar o boot?
Às vezes funciona. Mas no Linux, você corre o risco de derrubar todos os usuários, todos os serviços, esperar o sistema rebootar e voltar com o mesmo problema. Ainda bem que pouquíssimas vezes ouvi alguém dizendo para formatar o Linux... mas voltando ao Windows e defendendo alguns Capitães Format que conheço...
Quando o homem não dominava o plantio de alimentos, vivíamos como nômades, mudando de um lugar para outro, tão logo o alimento se tornasse escasso. Não tinha outra solução, pois realmente não se sabia como plantar. A mesma coisa acontece com o Windows. O sistema é tão complexo, pois roda ou tenta rodar em qualquer coisa que fica difícil realmente entendê-lo.
O Windows sofre de excesso de integração. Tudo roda junto, tão junto quanto cartas num castelo de cartas. Instale dois browsers e eles competirão para ser seu browser padrão. Desinstale um software e padeça com seus restos no registry para sempre. Não é questão do Linux ser melhor ou pior, mas como foi desenvolvido por pessoas diferentes, acaba tendo certas barreiras corta-fogo para estes casos. E o que fazer quando se tem um problema, mas nenhuma solução racional para resolvê-lo? Format!
O Format reinstala o sistema e deixa tudo pronto para que em dois ou três meses você estrague tudo de novo :-) Mas é a vida. Nada dura para sempre, muito menos a sanidade do seu Registry.
Seja bonzinho com o pessoal da Rede, pois como os nômades de nossa pré-história, a única solução é construir outra casa. O problema do Windows é que a casa sempre é feita no mesmo lugar :-)
sexta-feira, 13 de abril de 2007
Pirataria para quê?
Leia no novo blog
Fico pensando em quantos softwares alguém consegue dominar.
Lembro de amigos super equipados. Na mesma máquina: CorelDraw, Photoshop, 3D Max, Autocad, etc. O mesmo para outros tipos de programas, fora a centena de jogos instalados. HDs de 300 GB lotados de tudo que se possa imaginar...
A resposta para isso pode ser pirataria ou pura falta do que fazer. Eu conheço pouca gente com tanto dinheiro para ter todos estes programas ao mesmo tempo. Mas pode-se consegui-los em algum torrent da rede... ou pelo jornal com entrega a domicílio.
Não vou entrar no mérito de copiar ou não copiar, é ilegal e pronto.
O fato que realmente me preocupa é o tempo gasto para se tentar aprender (não por muito tempo, pois logo surge outra novidade) e o vício (compulsão) que algumas pessoas desenvolvem. Saiu versão nova? Tenho que ter! Muitas vezes a tal versão nova não trás nada de novo para o trabalho que a pessoa faz. Mas é um ritual: servos do setup, escravos do DVD e do CD-R.
O mesmo acontece com filmes. Certa vez eu administrava uma rede local. Um certo dia, analisando os registros de acesso vi que a utilização de Internet no escritório tinha sido máxima durante toda madrugada. Um certo sujeito resolveu baixar um filme, lançamento claro, utilizando um software P2P qualquer. A qualidade do filme era um lixo, mas o importante era baixar a imagem e gravar em disco o mais rápido possível. Além de utilizar a rede para fazer besteira, o software estava mal configurado e transformou nossa rede num difusor de pirataria. Gente do mundo inteiro se conectava e a fonte era na nossa rede. Mas ok, o susto passou e o programa foi removido. Quantas vezes o cara assistiu o tal filme? Acho que nunca, pois a versão era em inglês e ele ainda ia procurar a legenda. O importante era baixar, gravar, etiquetar e por na estante. Criar quantidade, ocupar espaço. É interessante como isso pode se tornar um passa tempo.
Todos temos vícios. Eu jogava World of Warcraft, para variar... quando no chat da guilda o assunto foi o filme 300. Um dos "guildies" comentou o excelente filme: vale a pena pagar os £10 para ir no cinema. O servidor que jogo é na Inglaterra, só para não pensar que esse mal existe só no Brasil. A questão era baixar o filme ou o torrent. Direito autoral ou qualquer outro assunto ficaram fora de questão. Eu fiquei tão curioso que resolvi assistir ao filme. Paguei €13,00 num pacote de 3 ingressos, gastei 2 (levei a esposa) e fiquei com um para ver outro filme. O filme é realmente muito bom, mas nem por isso resolvi chegar em casa e baixar o torrent. Pelo contrário, comecei a pesquisar na Wikipedia e terminei por achar um site que separava Realidade x Ficção (um FAQ aqui).
Eu decidi ir ao cinema a tarde e uma hora depois eu estava no cinema, assistindo ao filme com som THX. Tudo muito rápido. O ponto é: quanto tempo eu gastaria para baixar o tal filme? Mesmo com banda larga, dificilmente o torrent chegaria a velocidade máxima... eu imagino que eu demoraria de um a dois dias no melhor do meu otimismo... Agora, quanto vale o meu tempo? Minha esposa foi ao cinema comigo e ganhei alguns pontos com isso :-) Tenho certeza que ela não toparia assistir ao filme no micro. Mas, usando meus custos por aqui: 48 horas de micro ligado... um consumo de uns 200W... mais a mídia do DVD para gravar o filme... mas o tempo de gravação (ok, é bem rápido, mas não vou deixar de fora :-)). Se tudo desse certo, quanto isso teria me custado? Acho que no final eu fiz um bom negócio. Eu faço este tipo de avaliação antes de fazer qualquer coisa. Mas cada um é cada um. Se eu não tivesse os tais €13... se o cinema próximo de casa não tivesse som THX, se a sessão fosse mais tarde...
Outra coisa que eu penso: o que dizer aos meus filhos sobre o tal DVD? O que se diz nestas horas? É pirata, mas não faz mal a ninguém? É ilegal, mas não conte pra ninguém? Quando se tem filhos, este tipo de questão passa a vir a tona. É difícil educar uma criança dizendo faça o que eu digo e não faça o que eu faço.
Falando em filhos, meu filho pediu um video-game. Nada menos que o PlayStation 3... suei quando ouvi o pedido. A super-máquina custa €600,00. Ok, é um leitor de Blue-ray + DVD + um micro e um vídeo game de brinde. Mas cada jogo custa entre €55 e €60! Acho que ele vai ter que escolher outro presente, é simplesmente muito caro a longo prazo. Talvez um Wii ajude nos custos...
Vejamos o outro lado. Os cálculos pra um vídeo game, utilizando-se os dados de qualquer jornal do Brasil: vídeo game (PS2) + ou - R$1000,00 (com chip, claro), jogos entre R$10,00 e R$20,00 :-( Temos uma indústria marrom só para sustentar esse tipo de coisa. Já imaginaram quanto dinheiro isso gera? E como esse dinheiro é usado? O pobre do camelô é mais uma vítima. Quem ganha dinheiro são as pessoas que distribuem esses produtos. Outro efeito é que uma criança que recebe uns 5 CDs ou DVDs de jogos de uma só vez, provavelmente não terminará de jogar nenhum deles. São tantas opções que ela troca rapidamente de um jogo para outro, sem foco. Em um mês ou dois, provavelmente estará pedindo outros jogos.
Acredito que seja a mesma coisa que acontece com adultos. Windows Vista? Tenho que ter! E se recomeça o ciclo.
Resumindo, a meu ver, pirataria é perda de tempo. Eu gostava quando os CD's vinham com a letra das músicas e quando software tinha manual impresso. Acho que estou ficando velho. Mas dizer o quê? Sobrevivi a selva e lá isso já foi importante.
Fico pensando em quantos softwares alguém consegue dominar.
Lembro de amigos super equipados. Na mesma máquina: CorelDraw, Photoshop, 3D Max, Autocad, etc. O mesmo para outros tipos de programas, fora a centena de jogos instalados. HDs de 300 GB lotados de tudo que se possa imaginar...
A resposta para isso pode ser pirataria ou pura falta do que fazer. Eu conheço pouca gente com tanto dinheiro para ter todos estes programas ao mesmo tempo. Mas pode-se consegui-los em algum torrent da rede... ou pelo jornal com entrega a domicílio.
Não vou entrar no mérito de copiar ou não copiar, é ilegal e pronto.
O fato que realmente me preocupa é o tempo gasto para se tentar aprender (não por muito tempo, pois logo surge outra novidade) e o vício (compulsão) que algumas pessoas desenvolvem. Saiu versão nova? Tenho que ter! Muitas vezes a tal versão nova não trás nada de novo para o trabalho que a pessoa faz. Mas é um ritual: servos do setup, escravos do DVD e do CD-R.
O mesmo acontece com filmes. Certa vez eu administrava uma rede local. Um certo dia, analisando os registros de acesso vi que a utilização de Internet no escritório tinha sido máxima durante toda madrugada. Um certo sujeito resolveu baixar um filme, lançamento claro, utilizando um software P2P qualquer. A qualidade do filme era um lixo, mas o importante era baixar a imagem e gravar em disco o mais rápido possível. Além de utilizar a rede para fazer besteira, o software estava mal configurado e transformou nossa rede num difusor de pirataria. Gente do mundo inteiro se conectava e a fonte era na nossa rede. Mas ok, o susto passou e o programa foi removido. Quantas vezes o cara assistiu o tal filme? Acho que nunca, pois a versão era em inglês e ele ainda ia procurar a legenda. O importante era baixar, gravar, etiquetar e por na estante. Criar quantidade, ocupar espaço. É interessante como isso pode se tornar um passa tempo.
Todos temos vícios. Eu jogava World of Warcraft, para variar... quando no chat da guilda o assunto foi o filme 300. Um dos "guildies" comentou o excelente filme: vale a pena pagar os £10 para ir no cinema. O servidor que jogo é na Inglaterra, só para não pensar que esse mal existe só no Brasil. A questão era baixar o filme ou o torrent. Direito autoral ou qualquer outro assunto ficaram fora de questão. Eu fiquei tão curioso que resolvi assistir ao filme. Paguei €13,00 num pacote de 3 ingressos, gastei 2 (levei a esposa) e fiquei com um para ver outro filme. O filme é realmente muito bom, mas nem por isso resolvi chegar em casa e baixar o torrent. Pelo contrário, comecei a pesquisar na Wikipedia e terminei por achar um site que separava Realidade x Ficção (um FAQ aqui).
Eu decidi ir ao cinema a tarde e uma hora depois eu estava no cinema, assistindo ao filme com som THX. Tudo muito rápido. O ponto é: quanto tempo eu gastaria para baixar o tal filme? Mesmo com banda larga, dificilmente o torrent chegaria a velocidade máxima... eu imagino que eu demoraria de um a dois dias no melhor do meu otimismo... Agora, quanto vale o meu tempo? Minha esposa foi ao cinema comigo e ganhei alguns pontos com isso :-) Tenho certeza que ela não toparia assistir ao filme no micro. Mas, usando meus custos por aqui: 48 horas de micro ligado... um consumo de uns 200W... mais a mídia do DVD para gravar o filme... mas o tempo de gravação (ok, é bem rápido, mas não vou deixar de fora :-)). Se tudo desse certo, quanto isso teria me custado? Acho que no final eu fiz um bom negócio. Eu faço este tipo de avaliação antes de fazer qualquer coisa. Mas cada um é cada um. Se eu não tivesse os tais €13... se o cinema próximo de casa não tivesse som THX, se a sessão fosse mais tarde...
Outra coisa que eu penso: o que dizer aos meus filhos sobre o tal DVD? O que se diz nestas horas? É pirata, mas não faz mal a ninguém? É ilegal, mas não conte pra ninguém? Quando se tem filhos, este tipo de questão passa a vir a tona. É difícil educar uma criança dizendo faça o que eu digo e não faça o que eu faço.
Falando em filhos, meu filho pediu um video-game. Nada menos que o PlayStation 3... suei quando ouvi o pedido. A super-máquina custa €600,00. Ok, é um leitor de Blue-ray + DVD + um micro e um vídeo game de brinde. Mas cada jogo custa entre €55 e €60! Acho que ele vai ter que escolher outro presente, é simplesmente muito caro a longo prazo. Talvez um Wii ajude nos custos...
Vejamos o outro lado. Os cálculos pra um vídeo game, utilizando-se os dados de qualquer jornal do Brasil: vídeo game (PS2) + ou - R$1000,00 (com chip, claro), jogos entre R$10,00 e R$20,00 :-( Temos uma indústria marrom só para sustentar esse tipo de coisa. Já imaginaram quanto dinheiro isso gera? E como esse dinheiro é usado? O pobre do camelô é mais uma vítima. Quem ganha dinheiro são as pessoas que distribuem esses produtos. Outro efeito é que uma criança que recebe uns 5 CDs ou DVDs de jogos de uma só vez, provavelmente não terminará de jogar nenhum deles. São tantas opções que ela troca rapidamente de um jogo para outro, sem foco. Em um mês ou dois, provavelmente estará pedindo outros jogos.
Acredito que seja a mesma coisa que acontece com adultos. Windows Vista? Tenho que ter! E se recomeça o ciclo.
Resumindo, a meu ver, pirataria é perda de tempo. Eu gostava quando os CD's vinham com a letra das músicas e quando software tinha manual impresso. Acho que estou ficando velho. Mas dizer o quê? Sobrevivi a selva e lá isso já foi importante.
quarta-feira, 11 de abril de 2007
E era uma vez em Azeroth...
Não lembro muito bem a ordem dos fatos, mas lembro que um dia falávamos sobre MMORPG
e como sempre, um amigo do amigo do amigo conhecia o World of Warcraft (WOW).
Um belo dia, visito o Edson César e pra minha surpresa o tal jogo estava lá instalado. Era final de 2005 e o fim das noites sem ter o que fazer. Nem precisei de conta guest, comprei o serial key do jogo, pois na selva loja alguma vendia tal maravilha.
O jogo é extremamente fácil de instalar, inclusive não tem proteção alguma. Inocentemente, instalei uma cópia com o CD-KEY comprado no Mercado Livre. E então lá estava eu em Azeroth.
Eu nunca fui um grande jogador em absolutamente nada. Não jogo bem basquete, voley ou futebol. Nunca fui o melhor jogador de jogo algum. Não sei aonde eu estava com a cabeça ao começar a jogar WOW.
Um anão caçador, claro, chamado Minguado (que outro nome dar pra um pobre anão...). E assim começou o vício. Tudo girava em torno do WOW e quanto tempo faltava para jogar novamente. Todo dia várias horas, inclusive minhas férias inteiras, tudo para "uppar" o anão.
Entrei numa Guilda (grupo de jogadores do WOW) chamada "Kings under the Mountain", lógico que só anões podiam participar. Alias, para quem joga WOW: já repararam o pé direito de Iron Forge? Acho que um dos maiores do jogo inteiro... e numa cidade de anões, grandes colunas vem para compensar algo.
O jogo é extremamente viciante e você acaba fazendo uma das duas coisas: ou chama seus amigos para jogor ou joga seus amigos fora e se dedica a guilda. Eu acabei por viciar outros amigos, já que Azeroth é um lugar perigoso para uma pequeno anão andar sozinho.
Minguado passou a lutar com Quidor (César) e Festrati, também anões. Nível após nível, milhões (~4.000.000) de pontos de experiência depois, chegamos ao nível 60, o limite na época.
O engraçado disso foi o efeito em nossas vidas. De repente quem não jogava WOW era completamente alienado, por fora do mundo. WOW era assunto preferido em festas, almoços e jantares. Nossas esposas chegaram a fazer o clube das "Viúvas do WOW"...
Isso tudo piorou quando em algum momento encontramos os "Southern Cruzaders". Imaginem só, uma guilda só de brasileiros ou de pessoas que falam português. Não precisa dizer que agora tínhamos um exército completo em Azeroth. Uma guilda para fazer os temíveis "dungeons" do jogo. Todas as noites eram de combates intermináveis em Zul´Gurub. Boss após boss, estávamos lá. Recomendo a guilda para quem deseja não ver novela e se alienar completamente deste mundo :-)
Acho importante ressaltar o momento WOW, já que jogo há quase dois anos. O tremendo esforço de jogar um MMORPG na floresta. Manaus não tinha fibra ótica, parece que agora já tem. Eu tinha um poderoso link de 600 Kb em casa (via satélite), com nada menos que 1600 ms de latência pros servidores do WOW. Era como jogar pelo correio. Perfeito para meus reflexos de pedra, mas terrível pros pobres coitados que faziam missões comigo. PvP ? Nem pensar. Eu avistava o pessoal da Horda, em segundos eles estavam batendo muito perto, no outro slide eu já estava morto... mas parece que agora está bem melhor. Mesmo na era da Internet, continuamos sendo prejudicados por este tipo de coisa. Como poderemos alimentar nossos vícios eletrônicos sem uma rede rápida? Já falei que a net aqui na Bélgica é muito boa? Não? Claro que eu não vim para cá por causa da Internet, ou será que vim...
O vício continuou até eu me mudar para Bélgica. O fuso horário me impediu de entrar em contato com o pessoal da Guilda e acabei ficando impossibilitado de jogar com os amigos no Brasil. Preciso dizer que agora jogo nos servidores europeus? Curado do complexo de inferioridade, ou não, criei outro caçador, night elf, em Spine Breaker. Mas não jogo mais que umas 4 horas por mês. Tenho tempo agora para cortar a grama e dar atenção para família.
Bem, tudo que sei é que jogando menos consegui tempo para várias outras coisas. WOW é muito bom, mas como tudo tem que ter limites. No início deste ano, foi lançada uma expansão para o jogo... e agora todos foram para o nível 70 e em busca de seus dragões e mounts voadoras...
Se você ainda não sacou o quanto a coisa é viciante, visite WOWDetox. E lembre-se, a melhor maneira de parar é nem começar :-)
LSK
Ex-Minguado, Predak
e como sempre, um amigo do amigo do amigo conhecia o World of Warcraft (WOW).
Um belo dia, visito o Edson César e pra minha surpresa o tal jogo estava lá instalado. Era final de 2005 e o fim das noites sem ter o que fazer. Nem precisei de conta guest, comprei o serial key do jogo, pois na selva loja alguma vendia tal maravilha.
O jogo é extremamente fácil de instalar, inclusive não tem proteção alguma. Inocentemente, instalei uma cópia com o CD-KEY comprado no Mercado Livre. E então lá estava eu em Azeroth.
Eu nunca fui um grande jogador em absolutamente nada. Não jogo bem basquete, voley ou futebol. Nunca fui o melhor jogador de jogo algum. Não sei aonde eu estava com a cabeça ao começar a jogar WOW.
Um anão caçador, claro, chamado Minguado (que outro nome dar pra um pobre anão...). E assim começou o vício. Tudo girava em torno do WOW e quanto tempo faltava para jogar novamente. Todo dia várias horas, inclusive minhas férias inteiras, tudo para "uppar" o anão.
Entrei numa Guilda (grupo de jogadores do WOW) chamada "Kings under the Mountain", lógico que só anões podiam participar. Alias, para quem joga WOW: já repararam o pé direito de Iron Forge? Acho que um dos maiores do jogo inteiro... e numa cidade de anões, grandes colunas vem para compensar algo.
O jogo é extremamente viciante e você acaba fazendo uma das duas coisas: ou chama seus amigos para jogor ou joga seus amigos fora e se dedica a guilda. Eu acabei por viciar outros amigos, já que Azeroth é um lugar perigoso para uma pequeno anão andar sozinho.
Minguado passou a lutar com Quidor (César) e Festrati, também anões. Nível após nível, milhões (~4.000.000) de pontos de experiência depois, chegamos ao nível 60, o limite na época.
O engraçado disso foi o efeito em nossas vidas. De repente quem não jogava WOW era completamente alienado, por fora do mundo. WOW era assunto preferido em festas, almoços e jantares. Nossas esposas chegaram a fazer o clube das "Viúvas do WOW"...
Isso tudo piorou quando em algum momento encontramos os "Southern Cruzaders". Imaginem só, uma guilda só de brasileiros ou de pessoas que falam português. Não precisa dizer que agora tínhamos um exército completo em Azeroth. Uma guilda para fazer os temíveis "dungeons" do jogo. Todas as noites eram de combates intermináveis em Zul´Gurub. Boss após boss, estávamos lá. Recomendo a guilda para quem deseja não ver novela e se alienar completamente deste mundo :-)
Acho importante ressaltar o momento WOW, já que jogo há quase dois anos. O tremendo esforço de jogar um MMORPG na floresta. Manaus não tinha fibra ótica, parece que agora já tem. Eu tinha um poderoso link de 600 Kb em casa (via satélite), com nada menos que 1600 ms de latência pros servidores do WOW. Era como jogar pelo correio. Perfeito para meus reflexos de pedra, mas terrível pros pobres coitados que faziam missões comigo. PvP ? Nem pensar. Eu avistava o pessoal da Horda, em segundos eles estavam batendo muito perto, no outro slide eu já estava morto... mas parece que agora está bem melhor. Mesmo na era da Internet, continuamos sendo prejudicados por este tipo de coisa. Como poderemos alimentar nossos vícios eletrônicos sem uma rede rápida? Já falei que a net aqui na Bélgica é muito boa? Não? Claro que eu não vim para cá por causa da Internet, ou será que vim...
O vício continuou até eu me mudar para Bélgica. O fuso horário me impediu de entrar em contato com o pessoal da Guilda e acabei ficando impossibilitado de jogar com os amigos no Brasil. Preciso dizer que agora jogo nos servidores europeus? Curado do complexo de inferioridade, ou não, criei outro caçador, night elf, em Spine Breaker. Mas não jogo mais que umas 4 horas por mês. Tenho tempo agora para cortar a grama e dar atenção para família.
Bem, tudo que sei é que jogando menos consegui tempo para várias outras coisas. WOW é muito bom, mas como tudo tem que ter limites. No início deste ano, foi lançada uma expansão para o jogo... e agora todos foram para o nível 70 e em busca de seus dragões e mounts voadoras...
Se você ainda não sacou o quanto a coisa é viciante, visite WOWDetox. E lembre-se, a melhor maneira de parar é nem começar :-)
LSK
Ex-Minguado, Predak
Welcome to the Jungle
Leia no novo blog
Este blog é para os amigos de Manaus e todos que se aventuram nas florestas da informática.
Muitas vezes, isolados da selva Amazônica pré-Internet, descobriram suas paixões por tecnologia. Filhos da Zona Franca e netos da revolução, tiveram acesso ao Atari, Coleco, Odyssey e outros bichos da época. Criados com leite "Sanden", importado, assim como suas pasta de dentes "Crest"... buscavam de todas as formas encontrar soluções para coisas que ninguém se importava na década de 80.
Se você teve um Apple II ou um MSX e aprendeu a programar seu G21 com o super OTR... bem vindo à selva.
Para nossa própria alegria, tecnologias estranhas nunca pararam de aparecer. Estamos aqui para provar que existia vida inteligente antes da Internet :-) e que a selva hospedou e hospeda vários viciados em tecnologia.
LSK
PS: E também para provar que existe vida após o WOW :-)
Este blog é para os amigos de Manaus e todos que se aventuram nas florestas da informática.
Muitas vezes, isolados da selva Amazônica pré-Internet, descobriram suas paixões por tecnologia. Filhos da Zona Franca e netos da revolução, tiveram acesso ao Atari, Coleco, Odyssey e outros bichos da época. Criados com leite "Sanden", importado, assim como suas pasta de dentes "Crest"... buscavam de todas as formas encontrar soluções para coisas que ninguém se importava na década de 80.
Se você teve um Apple II ou um MSX e aprendeu a programar seu G21 com o super OTR... bem vindo à selva.
Para nossa própria alegria, tecnologias estranhas nunca pararam de aparecer. Estamos aqui para provar que existia vida inteligente antes da Internet :-) e que a selva hospedou e hospeda vários viciados em tecnologia.
LSK
PS: E também para provar que existe vida após o WOW :-)
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